- Navegando rede adentro me deparei com uma verdadeira preciosidade cristã, que não poderia deixar de indicar aqui em meu blog.
- Trata-se de um artigo (desabafo) do professor de teologia Carlos Eduardo Brandão Calvani, Pastor da Igreja Anglicana e coordenador do Centro de Estudos Anglicanos de Londrina-PR.
- Copiei alguns trechos de sua narrativa e postei no meu blog para que vocês possam ler também.
- Boa leitura:
DESABAFO:
Por: Rev. Carlos Eduardo Brandão Calvani.
- Ultimamente, qualquer pessoa que canta ou toca algum instrumento na igreja se autodenomina "levita".
- É inútil tentar fazê-los compreender que os levitas, na antiga aliança, não apenas cantavam e tocavam instrumentos no templo, como também cuidavam da higiene e limpeza do altar dos sacrifícios (afinal, muito sangue era derramado várias vezes por dia), além de constituírem até mesmo uma espécie de "força policial" para manter a ordem nas celebrações.
- Porém, hoje em dia, para os "novos levitas", basta saber tocar três acordes e fazer algumas coreografias aeróbicas durante o louvor para se sentirem com autoridade até mesmo para mudar a ordem dos cultos.
- Outros há que se auto-intitulam "apóstolos". Dentro de alguns dias teremos também "anjos", "arcanjos", "querubins" e "serafins".
- No dia em que inventarem o ministério de "semi-deus", já não precisaremos mais sequer da Bíblia.
- Atualmente, os chamados "momentos de louvor" mais se assemelham a shows ensurdecedores ou de um sentimentalismo meloso.
- Muitas pessoas vão à igreja muito mais por causa do "louvor" do que para ouvir a Palavra, que regenera, orienta e exige de nós obediência.
- Creio que, em parte, isso é reflexo da cultura pop, da influência da "Geração MTV", incapaz de perceber que Deus pode ser encontrado também na contemplação, meditação e no silêncio.
- Percebo também que alguns colegas pastores de outras igrejas freqüentemente manifestam a sensação de sentirem-se tolhidos e pressionados pelos diversos grupos de louvor.
- O mercado gospel cresceu muito em nosso país e, além de enriquecer os "artistas" e insuflar seus egos, passou a determinar até mesmo a "identidade" das igrejas evangélicas.
- Trata-se da "xuxização" ("todo mundo batendo palma agora... todo mundo tá feliz? Tá feliz!") do mundo evangélico, liderada pelos "levitas" que aprisionam ideologicamente os ministros da Palavra.
- O apóstolo Paulo dizia que a Palavra não está aprisionada.
- Mas, em nossos dias, os ministros da Palavra estão cativos da cultura gospel.
- Tenho a impressão de que isso tudo é, em parte, reflexo de um antigo problema: o relacionamento do mundo evangélico com a cultura chamada "secular".
- Amedrontados com as muitas opções que o "mundo" oferece, os pais preferem ter os filhos constantemente sob a mira dos olhos aos domingos, ainda que isso implique em modificar a identidade das igrejas.
- E os pastores, reféns que são dos dízimos de onde retiram seus salários, rendem-se às conveniências, no estilo dos sacerdotes do Antigo Testamento.
- Na maioria dos Seminários hoje, os alunos sabem o nome de todas as bandas gospel, mas não sabem quem foi Wesley, Lutero ou Calvino.
- Talvez até já tenham ouvido falar desses nomes, mas são para eles como que personagens de um passado sem-importância e sobre o qual não vale a pena ler ou estudar.
- Sei que muitos que lerem esse desabafo, não concordarão em nada com o que eu disse.
- Mas não é a esses que me dirijo e, sim, aos saudosistas como eu, nostálgicos de um tempo em que o cristianismo evangélico no Brasil era realmente referencial de uma religiosidade saudável, equilibrada e madura e em que a Palavra lida e proclamada valia muito mais que o último CD da moda.
"A ÚNICA VERDADE QUE LIBERTA É A DE DEUS
AS OUTRAS APENAS MACHUCAM"
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